

Há muito tempo que ler um livro se tornou um hábito que fui perdendo, ou por falta de tempo ou pelo pouco interesse no enredo após o primeiro capítulo. Isto para quem devorou livros na adolescência, desde os clássicos portugueses e estrangeiros à ficção científica passando pelos livros policiais, pelo existencialismo françês... é no mínimo inquietante. Lembro-me de ler " Os Miseráveis " de Vítor Hugo com onze ou doze anos... os livros sempre abundaram lá por casa.
Isso fez de mim seguramente uma pessoa diferente, não seria a mesma se nunca tivesse conhecido o imaginário fértil e inspirador de muitos escritores que são autênticos pilares da criatividade literária.
Vem isto a propósito das minhas últimas leituras, a sensação de descoberta sôfrega até ao último parágrafo renasceu, com estes dois livros de Gonçalo Cadilhe. Para além de partilhar da sua filosofia de vida, dou por mim a reflectir que é isto mesmo que eu penso, tirou-me as palavras da boca..., o autor tem uma visão sobre as pessoas muito humanista, não mercantilista tão em voga nestes tempos de hoje, recusando tudo o que é esteriótipado e plastificado.
As crónicas são despretensiosas e variam entre o deliciosamente divertido ou o reflexivo. São sobretudo um convite à viagem e à sabedoria do saber viver e estar de uma forma mais feliz sem juízos de valor.
Gostei.
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