Por vezes a net causa-me uma inquietação muito grande. Para além dos aspectos óbvios de ser um óptimo instrumento de trabalho e uma janela aberta para o mundo, com tudo de bom e mau que isso representa, por vezes apetecia-me fazer uma pausa. Nasci num tempo em que a cultura e informação passava pelo saber livresco e pelos agentes educativos. E em que essa cultura se procurava numa biblioteca, na escola, ou em casa, se os nossos pais tivessem hábitos de leitura e algumas possibilidades económicas para a organização de uma biblioteca. E como havia mais dificuldades no acesso ao conhecimento, este era valorizado, aprofundado e tratado como se fosse uma relíquia. Estou a lembrar-me por exemplo da primeira vez que li Jean Paul Sartre ou Albert Camus e das novas portas que estas leituras, entre tantas outras, me abriram na minha formação académica e como ser humano.
Existia também uma ligação muito física com o livro, o cheiro e a textura do papel, o desenho da letra, o grafismo das páginas, as ilustrações se ele as tivesse, o manusear do objecto, o seu respeitável envelhecimento. E o saborear da informação era lento, com tempo suficiente para digerir o conhecimento e dissertar sobre este em conversas de café.
O que por vezes me cansa actualmente é a constante informação que diariamente nos entra pelos olhos dentro. Tanta, que não consigo processá-la devidamente, tornando-se esta, quase superficial e um produto consumível pela sua quantidade excessiva. Tanto de imagens como de conhecimento. E existe tanta informação escrita e visual interessante , sobre as quais gostaria muitas vezes de ter várias leituras e não me é possível, dada a quantidade avassaladora de conteúdo disponível que nos instiga a ver e a querer sempre mais. Há que ter a capacidade de seleccionar aquilo que realmente me interessa e isto por vezes é um pouco difícil pois tenho uma tendência inata para me dispersar.
É-me impensável viver sem navegar na world wide web diáriamente, é algo que se cola à nossa rotina, mas por vezes é mesmo preciso desligar o botão e parar para pensar.
Apesar desta falta de tempo, continuo a ler ( agora muito menos do que gostaria ) e deixo-vos aqui um link sobre este excelente livro, que aborda os procedimentos de uma técnica antiga, o batik, contextualizando-a históricamente. Com óptimas imagens a acompanhar.
Obrigada pelo link, muito bonitas as imagens e esse tecido que mostras! Apesar da necessidade de pausa não vais desaparecer por muito tempo, pois não?;)
ResponderEliminarBom fim-de-semana!
Olá Catarina,
ResponderEliminarnão vou fazer uma pausa grande, só uma pequenina, tenho que começar a fazê-las pontualmente para arrumar a cabeça!
Beijinhos!
Como eu te entendo, Maria. Sinto exactamente o mesmo! Eu reduzi drasticamente a minha navegação e faço tenção de reduzir mais ainda
ResponderEliminarComo eu te entendo, Maria. Sinto exactamente o mesmo quanto à net. No meu caso já reduzi drasticamente as minhas navegações.
ResponderEliminarBoa pausa :)
A blogger hoje não está a funcionar bem.
ResponderEliminarCatarina e Rita: quando tentei publicar um comentário meu em resposta aos vossos comentários, foram publicados uma data deles. Ao eliminar esses meus, os vossos desapareceram também. Estou à espera que apareçam, vamos ver.
You're absolutely right - take time to reflect, absorb, assimilate... too many images and too much information. Enjoy your break!
ResponderEliminarAcho que fazes muito bem Maria.
ResponderEliminarPor vezes também sinto algo semelhante ao que aqui falas.
É demasiada informação e para quem pensa muito nas coisas que vê/ouve/sente (parece-me que também é o teu caso), acaba por ser esgotante.
Beijinhos, boa pausa e Boa Páscoa! **
os batiks javaneses são lindos !
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