Por vezes, quando leio o blog da Graça não posso deixar de sorrir pelo seu enamoramento pela vida no campo de tão próxima que é a sua realidade da minha. As imagens que mostra despertam-me os sentidos, quase poderia também sentir o cheiro de algumas delas de tal forma me são familiares.
A nossa opção de vida, a mudança da cidade para o campo foi uma boa escolha. Depois de anos a viver numa cidade como o Porto, neste momento não trocava esta forma de vida por nada. Por muito aquilo que as cidades tenham para oferecer. E a vertigem destas há muito que deixou de fazer sentido para nós. É por aqui que encontramos aquele tronco velho e gasto pelo tempo, ou aquela pia em granito para os animais e que agora adquiriu novas funções, ou o senhor Manuel que continua a andar na sua velha bicicleta já peça de museu com quase tantos anos como ele. Ou o prazer de colher tangerinas frescas directamente da árvore e estas saberem verdadeiramente a fruta e o vizinho com os seus sadios 90 anos oferecer e deixar na janela um molho de grelos. Bem como usar os produtos da terra, sem recorrer ao hipermercado e assim dar um pequeno contributo para a sustentabilidade ao ajudar o produtor. Ou estarmos em casa com a música alta a qualquer hora do dia, sem os condicionalismos das regras de conduta que são necessárias quando se tem vizinhos. Aqui sinto-me mais próxima daquilo a que chamam liberdade.
Vida simples é boa.
Cada vez que leio a Graça, a Rute e todas vocês que tiveram a coragem de dar este passo sinto-me um bocadinho mais perto desse meu objetivo. Não é bem um objectivo, é uma vontade muito forte, uma curiosidade imensa e uma pontinha de inveja (no bom sentido, está claro).
ResponderEliminarQuem sabe um dia...
Eu também mudei há quase 9 anos do Porto para um campo a uns 40 Km da cidade.
ResponderEliminarÀs coisas boas que referiste acrescento, entre tantas outras, dormir noites e manhãs silenciosas, apenas interrompidas pelo barulho do rio que confronta aqui com a quinta e com o chilrear dos pássaros, ouvir as relas, os grilos e outra bicharada nas noites de Verão, conseguir observar estrelas, as caminhadas sem sair de casa, ...
De qualquer forma, também encontro coisas boas na cidade :)
Olá Ana!
ResponderEliminarÉ preciso gostar mesmo, é uma opção de vida muito diferente!
beijos***
Concordo Elsa o silêncio aqui é de ouro. A cidade também tem muita coisa da qual eu não prescindo, vou lá pontualmente, afinal está só a 25 quilómetros, mas viver lá já não conseguia...
ResponderEliminarUm bjo*
Um dia também me mudo para o meu cantinho assim!!!
ResponderEliminarObrigada pelo link! Fantástico! Vai para os meus favoritos!
ResponderEliminarQue maravilha... Quem me dera que este post fosse meu :) Tenho o sonho de ir viver para o campo, mas ainda não tive coragem/oportunidade para tomar essa decisão... O que mais me custaria seria estar longe da família, mas só de ver as fotos sentem-se os aromas da terra! Gostei de voltar aqui...
ResponderEliminarConfesso que fiquei c alguns ciumes a ler este post (sem maldades, claro está), sei de algumas das coisas q falas, pelas férias junto aos meus sogros ou através dos meus pais q são um bocadinho assim, o que têm (pouco ou muito) partilhm, nem que seja mesmo um molho de grelos :)
ResponderEliminarBeijinhos e bom fim-de-semana.
Já là vão 8 anos da vida no campo. De Lisboa onde vivia, a chegada nesse campo foi vertiginosa. A adaptação muito dura. Mas acredito que foi a melhor escolha para educar as minhas filhas, sem dúvida alguma. Mas reconheço que "este campo" não tem nenhuma oferta a dar para elas daqui uns 3 ou 4 anos.
ResponderEliminarHoje, confesso, sinto-me muito bem em casa. O silêncio é o grande prazer; a paisagem, um luxo; as pessoas, a gente como eu chamo e que me ensinam todos os dias um pouco mais; a horta, o quintal, o lavadoiro e tantas coisas mais, faz com que todos os dias acordo com grande sorriso!
Um beijo, Filipa e Myleta!
ResponderEliminarDiane, esta opção de vida é óptima para quem não tem crianças pequenas, reconheço que se as tivesse provavelmente não arriscaria um estilo de vida tão diferente. Viver numa cidade facilita e amplia o leque de escolhas relativamente à educação das crianças.
A minha adaptação também foi custosa, viver num apartamento não tem rigorosamente nada a ver com o viver-se numa casa antiga de pedra. As condições são bem mais rigorosas! E a natureza tudo aquilo que tem de bom também o tem de uma crueza inacreditável!
Quanto aquilo que a cidade me oferece e de que gosto tenho o Porto a 15 minutos pela A 28...estamos longe e perto de tudo.
bjs*
que bom ! e que bonitas fotos para ilustrar o que dizes
ResponderEliminarfeliz ano !
:) Percebo bem o que dizes assim como o que sentes.
ResponderEliminarDe momento não faz parte dos meus objectivos viver a tempo inteiro no campo, mas sei bem ao que isso sabe.
Eu morava numa cidade (Santarém) e quando concluí o curso os meus pais mudaram-se
para onde estão agora: uma 'aldeola' onde não se passa nada. :P
Aqueles meios pequenos, metidos no meio da 'parvónia' (a 20 minutos de carro do centro), onde o carteiro entrega as cartas de motoreta, onde não se ouvem carros a passar, onde de manhã acordo com o galo do vizinho, os pássaros a cantar e o ladrar do meu cão em sintonia com os restantes outros da vizinhança a comunicarem aos seus donos que está na hora de comer, de ir à rua, etc etc.
É uma realidade completamente diferente e eu até gosto. :)
No Verão então é tudo muito mais precioso. Adoro ir para o quintal apanhar fruta e comer directamente da árvore. :)
Sentar-me no terraço ao sol a ouvir o som do calor, ver o meu pai a assar sardinhas, ouvir o som das folhas das árvores.. é tudo tão bom e transmite uma calma imensa. :)
E sim, também tem vantagens, como essa de poder colocar a música no máximo, seja lá a que hora do dia for, com a certeza de que vizinho algum nos virá bater à porta de casa para baixar o volume.
É quase um pequeno paraíso.. :)
Mas por agora, estou muito bem em Lisboa.. ah minha Lisboa! :)
Eu gosto mesmo da confusão da metrópole. :) **
Olá Liliana!
ResponderEliminarPara nós viver no campo com a cidade perto é a maneira como nos sentimos bem hoje em dia. Depois de anos bem " vividos" na cidade!
Quem sabe um dia voltamos! :)*
costumo vir aqui ao blog regularmente e hoje, a caminho do trabalho li no comboio a seguinte passagem, que me remeteu imediatamente a este post:
ResponderEliminar"Àquela hora, decerto Jacinto, na varanda em Torges, sem fonografo e sem telefone, reentrado na simplicidade, via, sob a paz lenta da tarde, ao tremeluzir da primeira estrela, a boiada recolher entre o canto dos boiadeiros." - "Civilização" in Contos, Eça de Queiroz
é um conto de um jovem "supercivilizado" que encontra no campo a vitalidade que há tanto havia perdido na cidade.
séc. XIX... eça sempre actual!
beijinhos
Olá Sofia,
ResponderEliminaré uma coincidência, mas também reli agora uns contos de Eça de Queirós. Fez-me recordar porque sempre foi um dos meus autores clássicos favoritos, pela sua irreverência e por ser um excelente contador de histórias!
Volta sempre, um beijo!
maria