* arte têxtil *

Voltámos estas férias novamente a Miranda do Douro para vermos a exposição de Arte Têxtil patente ao público até hoje, no Museu da Terra de Miranda.

À entrada enquanto comprávamos o bilhete de ingresso fomos informados de que não era possível tirar fotografias. O Museu possui um espólio digno de ser fotografado, desde o acervo etnográfico, muito bem documentado, à exposição temporária de Arte Têxtil.

Únicos visitantes naquela manhã, tivémos direito a uma visita não guiada, mas vigiada. A senhora que nos acompanhou limitou-se a responder às nossas perguntas apenas quando solicitada, vigiando os nossos gestos.

Gostaria de partilhar com quem me lê, as imagens, que apenas vão ficar na nossa memória, dos objectos, do vestuário, da reconstituição magnífica dos interiores rurais do princípio do século 20. Dos magníficos teares artesanais, às dezenas de peças de vestuário de época, passando pelas actuais, provenientes dos Centros de Arte Têxtil presentes na exposição, que são um bom exemplo de recuperação da tradição e do património têxtil com a produção de peças tradicionais com um cunho moderno e actual.

Cito uma pequena parte do desdobrável informativo sobre esta exposição que resume bem o seu conceito:

" A exposição de Arte Têxtil apresenta o trabalho realizado nas oficinas de artesanato transfronteiriças de Castela e Leão e do Nordeste de Portugal.

As oficinas situam-de nas localidades de Alcanices, Carbajales de Alba e Moralina de Sayago, na província de Zamora, e em Sendim e Freixo de Espada à Cinta na região do Nordeste de Portugal.

Arte Têxtil é um olhar vivo e actual sobre as peças e os tecidos artesanais. Uma exposição cuja estratégia é a aposta na qualidade e na vanguarda. Os tecidos distribuem-se em pequenas instalações, recreando espaços de uma casa modelo, em que o visitante pode aproximar-se, tocar e ficar a saber como utilizar este artesanato e o preço pelo qual o pode adquirir. Trata-se de produzir peças que tenham utilidade, servindo-se do nosso património têxtil.

Neste espaço mostram-se reproduções de traje tradicional do património histórico de ambas as regiões e o vestuário realizado com critérios, ferramentas e materiais tradicionais mas com um design moderno. "

A fotografia apresentada em cima é uma montagem das fotografias presentes no desdobrável.

Não posso deixar de discordar com a política adoptada por determinadas instituições agentes da cultura, ao não permitirem a reprodução fotográfica do seu acervo ou das exposições temáticas. Porque a cultura é para todos, merece ser partilhada e divulgada. Não será esta mesma divulgação um excelente meio para chamar mais pessoas aos museus? Eu penso que sim.