Fotografias digitalizadas de uma viagem à velha estação de Caminhos de Ferro em Barca d' Alva datada de Agosto de 2000. O facto de estar abandonada não lhe retira a beleza decadente. E a paisagem envolvente é de cortar a respiração com o rio Douro logo ali em baixo e a sensação de estar em terra de ninguém. A raia provoca-me este tipo de sentimento é sempre uma mistura de duas identidades culturais diferentes, esbatidas por esta singularidade.
Esta viagem foi feita no nosso 2 CV da altura. Sempre por estradas secundárias percorremos o país e conhecemos sítios deste Portugal profundo em milhares de kilómetros percorridos neste carro. Sítios mágicos, perdidos no tempo, como as Termas de S. Lourenço de águas quentes e sulfurosas, com um tanque de pedra onde o santinho velava a bica de onde jorrava a bendita água. Uma dúzia de casas e um café onde as moscas eram os únicos seres que quebravam o silêncio.
Lembro-me também daquele quarto no Alentejo que alugámos a uma velha anciã para pernoitarmos uma noite, com um tecto lindíssimo, as famosas abóbadas alentejanas. E das andorinhas que escolheram viver no beiral desta casa. Lembro-me do alvorecer ruidoso da passarada e da luz alaranjada nas fachadas brancas das casas.
E de Vilar de Perdizes quando acampámos com o carro no adro de uma igreja, solução encontrada pelo município para acolher os visitantes que vinham para o Congresso de Medicina Popular.
E muitas, muitas paragens em sítios indescritíveis.
Recordo-me de uma vez o carro fazer uma birra debaixo de uma chuva torrencial e resolver parar de vez debaixo de um pontão. Estávamos no distrito de Santarém. A solução foi aguardar e meter mãos à obra a rever e a limpar os contactos eléctricos. Fora isto, foi sempre um bom companheiro, Portugal e Espanha em estradas secundárias eram o seu território. Temos saudades destas viagens.
como isto me fez recordadr tanta coisa ... também andei muito por ai mas o meu carro era um Visa, acho que o motor era idêntico ao 2CV ... nunca me deu problemas! :)
ResponderEliminarOs primeiros Visa tinham um motor 2CV, aquele barulho era inconfundível!
ResponderEliminarBeijinhos Paula!*
O meu pai teve dois Citroen Dyan, muito parecidos com o 2 cavalos. Quando me casei, uma das primeiras férias com a nova família, foi uma ída até ao Algarve, no carro emprestado pelo meu pai, também pelas estradas secundárias e grande parte pelas serras. O único ar condicionado era o da capota aberta... Andámos devagar, usufruíndo totalmente da paisagem e do calor. Ainda hoje, o carro já não existe, nos lembrámos daquela viagem... com carinho e admiração por termos conseguido lá chegar!
ResponderEliminarAinda estou a rir Alexandra, porque era mesmo assim, nunca sabíamos se íamos chegar!
ResponderEliminarOs nossos fizeram milhares de kilómetros com poucos percalços. Eram viagens únicas, na auto-estrada em descidas o ponteiro dos kilómetros do 2CV rebentava a escala, simplesmente desaparecia! Nas subidas é que a porca torcia o rabo, dava para dormir uma sesta! :)*
:D Também eu fui numa Dyan até ao Algarve, com 2 anos sentada (imagine-se isto nos dias de hoje!!) numa pilha de mantas alentejanas, almofadas e malas, com a cabeça a roçar o tejadilho... E naquela altura não havia auto-estrada, era um dia inteirinho de viagem!
ResponderEliminarLindo!
agora apetece-me viajar! :)*
ResponderEliminarHoje era impossível viajar-se assim Sara, a brigada não deixava :)*
ResponderEliminarAinda bem que te provoquei esse sentimento, Virgínia, podes sempre viajar em pensamento :)*
quando terminar a tese quero oferecer a minha mesma um roadtrip de norte a sul de Portugal, sem autoestradas e pelos sítios mais rurais e desconhecidos... estou ansiosa....
ResponderEliminarSão as viagens que nos lembramos para sempre, Isabel, por itinerários diferentes :)*
ResponderEliminare que boas viagens e boas recordações; momentos felizes são para ser relembrados. Mais uma região a acrescentar ao o meu caderninho de anotações!
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